Transformação digital no sistema financeiro. O que é sistema financeiro?
Como sabemos, e por esse motivo não vamos detalhar muito, o sistema financeiro engloba vários elementos e conceitos, embora sua base se construa sobre um conjunto de entidades e players que atuam para manter e facilitar a troca constante de recursos (sim, dinheiro em múltiplas formas) entre investidores, consumidores, governos, indústrias e comércios. Um ponto de partida para falarmos mais sobre transformação digital no sistema financeiro.
Daí a importância do bom funcionamento desse sistema, o qual favorece a movimentação dos valores que tornam possível o crescimento e fortalecimento dos mercados, dos países e, claro, da economia internacional, hoje um dos pontos-chave desta grande aldeia globalizada chamada mundo.
Cada país tem o seu próprio sistema, com suas regras, estrutura e pontos de suporte, alimentando e promovendo a circulação de capitais. A proposta é não perder de vista a sua finalidade principal: equilibrar as relações entre dois grupos principais, o dos agentes superavitários, pessoas e países que possuem mais recursos do que o dos agentes deficitários, composto por aqueles que precisam de meios financeiros.
Esse intercâmbio entre os dois lados é geralmente intermediado pelos bancos, que oferecem serviços como crédito, empréstimos, transações, seguros, previdências privadas e transferências.
E quanto ao sistema financeiro do Brasil? Especialmente na atualidade, quando a hiperautomação, as fintechs e recursos como o Big Data e o uso do BPO financeiro se tornam cada vez mais presentes? Vamos dar uma olhada.
A estrutura do sistema financeiro nacional
O Sistema Financeiro Nacional (SFN), como qualquer outro, se compõe de entidades estatais e não governamentais, que cooperam para a gestão econômica do país, principalmente no que se refere ao equilíbrio entre o bem-estar da população e o rendimento para investidores e instituições voltadas para o comércio e os negócios.
Cada ator do Sistema Financeiro Nacional se encontra dentro de uma categoria e tem um determinado papel, como veremos no quadro abaixo:
Fonte: Banco Central do Brasil (https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/sfn)
Para facilitar, vamos explicar resumidamente o que a ilustração apresenta, pois ainda temos muito que conversar sobre a presença da transformação digital no sistema financeiro nesse cenário de tantos atores e órgãos participativos. O Sistema Financeiro Nacional se divide em entidades normativas, supervisoras e operacionais.
As entidades normativas, como o Conselho Monetário Nacional (CMN), o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e o Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC), são responsáveis pela formulação da política da moeda e do crédito, buscando a estabilidade do real e o desenvolvimento econômico do país. Além disso, zelam pela gestão das instituições e instrumentos financeiros.
Já as entidades supervisoras, entre elas, o Banco Central do Brasil (BCB), seguem as diretrizes estabelecidas pelas entidades normativas e atuam para que cidadãos, empresas e demais grupos vinculados à economia sigam as regras determinadas, sempre de olho para que tudo ande dentro dos trilhos.
E as entidades operacionais, por sua vez, agem como “pontes” entre cidadãos, empresas, investidores e prestadores de serviços, trabalhando na intermediação de recursos entre todos. É nesse grupo que se encontram os bancos, as cooperativas de crédito, entre muitos outros, como podemos ver na ilustração acima. O papel dessas entidades é fazer a captação, distribuição, aplicação e a alocação dos recursos entre todos os que compõem o Sistema Financeiro Nacional.
Sem dúvida, nos últimos anos, com novas ferramentas tecnológicas, cada um desses integrantes entrou na era da transformação digital. Como exemplo mais clássico disso, temos os bancos e os famosos aplicativos (quem nunca usou o termo “internet banking”?) e tantas outras facilidades colocadas ao alcance da mão.
Como destaca Rodrigo Schmitz, Head de Negócios na Meta: “O mercado financeiro do Brasil vem evoluindo há um bom tempo, onde em 2013 o governo brasileiro aprovou uma lei na qual foi possível a partir daí o surgimento do primeiro banco digital, para citar um exemplo”. Rodrigo Schmitz também ressalta que “para um país cuja população é de 220 milhões de pessoas, o fato de existirem instituições financeiras digitais promove uma concorrência maior entre instituições e com o viés do cliente no centro, fazendo com que os grandes bancos também passem a operar com tarifas menores ou até sem taxas para os seus clientes”.
Porém, como veremos agora, isso não se limitou ao cliente que tem uma conta ou cartão de crédito, mas a milhares de agentes envolvidos nessa nova realidade, que passaram a contar com um grande trunfo: a hiperautomação, ou seja, a integração de processos digitais como Inteligência Artificial, blockchain, machine learning, entre outros. Mais adiante vamos “traduzir” cada um deles para entender como esses passos tecnológicos começaram a fazer parte da vida econômica de todos nós e como podemos usá-los a nosso favor.
O que é transformação digital no sistema financeiro?
A transformação digital no sistema financeiro nada mais é do que a aplicação de ferramentas e recursos de tecnologia baseados em Inteligência Artificial, por exemplo, para tornar os serviços mais ágeis, reduzir custos, atender às crescentes demandas de mercado e, principalmente, servir às necessidades das pessoas e da sociedade como um todo. No âmbito da economia, isso significa que as entidades do Sistema Financeiro Nacional começaram a usar sistematicamente esses mecanismos para facilitar a vida de todos os envolvidos na circulação de bens e valores.
Os bancos que já existiam antes dessa revolução tecnológica precisaram se adaptar e descobrir como empregar esses instrumentos inovadores para alcançar resultados positivos e tornar ainda mais ligeiro o fluxo de valores e investimentos.
Assim, começaram a disponibilizar para seus clientes uma gama de aplicativos, chats e atendimentos por diversos canais, para realizar atividades simples e mais complexas como transferências e aberturas de contas e outros serviços em tempo real. Correntistas e poupadores passaram a ter em seus gadgets uma série de opções para investimentos, negociação de dívidas (e dúvidas!) e até títulos de capitalização sem precisar se deslocar e fazer fila, muito menos enfrentar as burocracias dos velhos tempos.
Em meio aos bancos “tradicionais” que aderiram à transformação digital no sistema financeiro para acompanhar a nova realidade, surgiram as fintechs, startups que elaboram diversos produtos financeiros 100% tecnológicos. Os clientes não precisam nem ir a uma agência física, todas as movimentações bancárias acontecem pelo celular ou computador em tempo real. Em suma: a burocracia cai para valer com os bancos digitais.
E nesse cenário, como afirma Rodrigo Schmitz, a transformação também ocorreu nos próprios usuários: “As pessoas passaram a confiar mais nos meios digitais. Há pouco tempo, apenas algumas pessoas realizavam compras através de e-commerce ou efetuavam pagamentos pelo internet banking; a parcela da população que já confia nos meios digitais cresceu muito de alguns anos para cá e aumentou de forma mais acelerada ainda durante a pandemia. Estes fenômenos aceleraram ainda mais a transformação digital do mercado financeiro”.
Inclusive, durante o Febraban Tech 2023, maior evento de tecnologia do setor financeiro, a Meta reuniu líderes do setor para debater os desafios e cases de sucesso. Clique aqui para saber mais sobre como foi.
Transformação digital no mercado financeiro: entenda as mudanças
Há um imenso leque de possibilidades que podem ser exploradas, muito além de apps ou atividades pelo computador, e é necessário que empresas e pessoas físicas estejam a par dessas novidades. Para ajudar a compreender melhor esse universo, separamos aqui alguns desses novos aliados que agora estão ao alcance de um clique.
Os curiosos e investidores de criptomoedas (as famosas “bitcoins”) já ouviram falar sobre ou conhecem a chamada blockchain. Mas além dos que apostam nessa realidade futurista das moedas virtuais, muitas fintechs de hoje já usam a blockchain, que nada mais é do que uma estrutura que faz registros de transações em blocos. Como assim?
Bem, todas as transações são guardadas em blocos, formando uma cadeia, de maneira que nenhuma “peça” pode ser alterada sem que haja o consenso de todos os poupadores e investidores que dela participam. Mais do que simplesmente garantir a transparência, a blockchain é uma proteção extra contra ataques virtuais e hackers do sistema financeiro.
Outro ás na manga é o deep learning (“aprendizado profundo” em bom português), um dos instrumentos da Inteligência Artificial e subárea do machine learning (“aprendizado da máquina”). O deep learning tenta simular em modo tecnológico o funcionamento do cérebro humano (as redes neurais), de forma que sua capacidade de armazenar dados, compará-los e analisá-los estatisticamente é muito maior.
Com isso, é possível fazer predições de resultados de investimentos e aplicações financeiras, evitar falências e gastos inesperados. Há vários tipos de machine learning, mas todos auxiliam na tomada de decisões, na readaptação do mindset da instituição financeira a uma realidade digital, mais ágil e dinâmica.
A Meta colabora para o desenvolvimento e transformação digital no sistema financeiro de bancos digitais que passam a aplicar essas estratégias, entregando em meses o que os bancos tradicionais levaram décadas para realizar. Um case relevante é o do Banco Original, que contou com a Meta para a realização do seu processo de transformação digital. A Meta realizou o projeto Jornada de Transformação Ágil no banco, apoiando o aculturamento, o engajamento e adoção de práticas ágeis. Entre os resultados obtidos, destacam-se a expansão da base de contas e a redução no tempo de lançamento de novos produtos digitais em quase 70%, a partir da implementação de metodologias ágeis em diversas áreas da organização, que impactaram ainda na melhoria nos indicadores de engajamento, produtividade e qualidade.
Nesse conceito de lidar com uma enorme quantidade de dados para realizar operações transparentes e ágeis, destaca-se também o Big Data, um conjunto tecnológico capaz de agrupar, armazenar e processar um imenso volume de dados (daí seu nome “grandes dados”) e em alta velocidade. Esse tipo de recurso auxilia para uma tomada de decisões muito mais acertada e segura, já que sua base está construída sobre dados confiáveis e análises precisas. Vale dizer que não só os bancos têm usado o Big Data, mas diversas entidades relacionadas ao Sistema Financeiro Nacional.
O sistema para BPO financeiro
Para entender esta parte, primeiro precisamos definir o que é BPO (Business Process Outsourcing): de forma resumida, é a terceirização de processos de negócio das empresas. O BPO virou uma forte tendência e não é por acaso: a transferência de processos operacionais para empresas especializadas tem demonstrado ser extremamente útil na aceleração de procedimentos e no encurtamento de burocracias e prazos. Isso porque a terceirizada também conta com recursos tecnológicos e é capaz de resolver de forma automatizada todas pendências e questões pontuais que tirariam o foco da empresa que a contrata.
Especificamente, no universo financeiro, a empresa contratante deixa nas mãos da terceirizada processos como pagamento abertura de Contas, atualização cadastral, renovação e endosso de seguros, estorno de tarifas, contratação de produtos como Cartão de Crédito, Débito, Talão de Cheques, entre outros.
Sobre as vantagens de dispor dos serviços de BPO financeiro, podemos listar algumas:
- Redução de custos operacionais da empresa em mais de 35%, mesmo antes de fazer qualquer tipo de automação;
- Operação gerida pelo cliente através de indicadores;
- SLA’s definidos por processo e operações de negócio;
- Dashboards com gestão à vista em tempo real;
- Capacidade de atender ao aumento repentino de volumetria (sazonalidade de demandas) relacionado a eventos específicos como Plano Safra, Open Banking, etc.
- Foco na qualidade do atendimento, com serviços específicos para Conferência e Monitoria de atendimentos.
Além disso, hoje em dia contamos com um serviço chamado BPaaS (Business Process as a Service), onde a Meta passa a ser responsável de forma integral pela execução do processo de negócio do cliente, ou seja, a operação do dia a dia será realizada pela Meta, porém, mesclando atendimento humano (BPO tradicional) com automação de processos via robotização (RPA), trazendo assim mais eficiência operacional, redução de custos e capacidade de atendimento de uma volumetria muito maior de processos.
Todos esses instrumentos ajudam líderes e gestores a alcançar uma organização financeira 360º, em que é possível acompanhar indicadores-chave de desempenho, manter uma gestão transparente, destacar-se entre concorrentes, reduzir custos e aumentar a produtividade em prazos muito mais curtos.
Agile Business, a velocidade da tecnologia no mundo das finanças
Nosso objetivo neste artigo era compartilhar e trocar ideias sobre as diversas oportunidades e ferramentas tecnológicas que podem estar a serviço de uma empresa de qualquer porte ou área.
Em outras palavras, falamos de Agile Business, que é simplesmente o aumento da eficiência dos processos, fortalecendo o mindset e a cultura da companhia e agregando elementos que permitam alcançar a maturidade digital. E isso não se limita ao sistema financeiro e seus componentes, como vimos aqui com os exemplos dados, mas a todos os players que participam desse cenário.
Para alcançar esse objetivo, a Meta busca um total alinhamento com seus clientes e colaboradores, desenvolvendo soluções práticas que permitam a constante e plena transformação digital de cada um, inclusive dela própria, pois essa é uma construção contínua que evolui diariamente.
Um exemplo de outras ferramentas disponíveis e que estão em harmonia com esse projeto, são as chamadas Células Ágeis (squads) da Meta. Este serviço foca no desenvolvimento de software de forma ágil, especificamente para atingir resultados em menos tempo, com mais qualidade, eficiência e aumento do engajamento de clientes e funcionários. A proposta é chegar ao topo da cultura Lean-Agile, que coloca pessoas no centro para coordenar a aplicação de metodologias, instrumentos e práticas que integrem governança, gestão de qualidade e hiperautomação num pacote único. Parece muito? Nada disso. Já temos ao nosso alcance. É só querer.
E você ou a sua empresa? Já estão no ritmo dessa revolução tecnológica para uma gestão financeira de qualidade ou ainda há alguns entraves? Fica aqui a proposta de uma troca para além deste artigo, pois o assunto “finanças 360º”, feito com ajuda das mais inovadoras ferramentas digitais, já faz parte do nosso cotidiano e da realidade dos nossos clientes.
Case de sucesso no setor financeiro
Em 2023 realizamos um projeto que se tornou case de sucesso: redesenhamos e desenvolvemos automações em processos repetitivos do Sicoob, o maior sistema financeiro cooperativo do país, formado por mais de 7 milhões de cooperados.
A parceria reduziu em até R$ 3 milhões em custos operacionais e rendeu um prêmio no Banking Transformation. Para conhecer mais sobre essa história e como tecnologia é uma grande aliada do setor BFSI, clique aqui.