O que é Governança de TI e qual a sua importância
Para começar, vamos definir um ponto de partida para nossa discussão sobre governança de TI. Esse é um tema com o qual muitos de nós já tivemos algum contato, mesmo que básico. Por isso, vale dizer que, nesse artigo, não é do nosso interesse apenas determinar em palavras esse conceito, mas mergulhar um pouco mais na dimensão da sua importância para o funcionamento ágil e a implementação de uma transformação digital numa empresa, ponto-chave para uma gestão de qualidade atualmente.
De maneira geral, a governança de TI (sigla corresponde a “Tecnologia da Informação”) inclui diversas práticas, competências, habilidades e métodos usados pelos líderes da área de TI e seus colaboradores. Os objetivos principais consistem em garantir a proteção abrangente dos dados de todos os stakeholders, colaborando ativamente na tomada de decisões estratégicas e assegurando a utilização eficiente de todos os recursos tecnológicos disponíveis. Isso envolve a implementação de medidas robustas de segurança para proteger informações sensíveis, bem como o uso de ferramentas e tecnologias de ponta para maximizar a eficiência operacional.
Mas esses objetivos (e os componentes utilizados para alcançá-los) não se cumprem sem um “diálogo” com as demais partes que formam a estrutura corporativa em sua totalidade, pelo contrário: precisam estar em completa sintonia até mesmo com o mindset da empresa e a cultura que orienta seus gestores e equipes.
Como veremos aqui, a governança de TI se compõe de cinco elementos centrais, ou melhor, cinco tarefas essenciais que se aliam para que esse setor realize seu papel de agregar valor e aperfeiçoar cada vez mais o desempenho da companhia. Mas antes disso, falaremos sobre a governança corporativa, que tem como um de seus “tentáculos” a gestão da tecnologia da informação.
Governança Corporativa versus Governança de TI
Com o desenvolvimento e implantação de novas empresas nas últimas décadas, o tema da governança corporativa se tornou um ponto de atenção para gestores e pessoas em cargos de liderança. O motivo: a necessidade de uma organização e produção transparentes, monitoradas e capazes de oferecer credibilidade a investidores e clientes.
Nesse sentido, a governança corporativa pode ser descrita como a estruturação dos setores de uma empresa para que esta mantenha um ritmo de crescimento regular sem deixar de lado a noção de que os interesses tanto dos colaboradores quanto dos clientes, sejam atendidos com qualidade, equidade, personalizados e com responsabilidade.
Para isso, há algumas décadas já se fundamentaram as boas práticas para uma governança corporativa de sucesso. E é nesse cenário que nasce o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) em 27 de novembro de 1995, transformando-se em um guia essencial ao oferecer métricas, certificações, relatórios sobre ética e seriedade em ambientes empresariais, e, principalmente, ao atualizar o Código das Melhores Práticas Corporativas (que já está atualmente na sua 5ª edição), orientando para uma gestão idônea.
Mas de que forma isso se relaciona com a governança de TI? Com o uso crescente de novas tecnologias a partir dos anos 1990, os métodos transparentes de gestão tiveram que dar uma atenção particular a este aspecto e achar um caminho de juntar as duas partes. Esse panorama do mundo digital exigiu uma maior especialização para as companhias continuarem mantendo os padrões de respeito à prestação de contas, ao compromisso com a confiabilidade, ao mesmo tempo que incorporavam essa nova realidade que se impunha cada vez mais a cada ano.
A governança corporativa fornece uma estrutura que assegura a transparência, a responsabilidade e a integridade nos processos decisórios, enquanto o objetivo da governança de TI é utilizar essa estrutura para maximizar o valor dos investimentos em tecnologia. Ao harmonizar essas duas áreas, as empresas podem criar um ambiente onde a tecnologia não apenas suporta as operações de negócio, mas também promove a inovação, a segurança e a eficiência, garantindo que todos os stakeholders estejam alinhados com a visão estratégica da organização.Porém, não podemos dizer que a governança de TI se limita a “cuidar” da parte tecnológica no contexto das boas práticas determinadas pela Governança Corporativa. Seu papel é muito maior, com certeza, por envolver a gestão da tecnologia da informação, incluindo a implementação e gerenciamento de serviços de TI, com o objetivo de garantir que os recursos tecnológicos sejam utilizados de forma eficiente e estratégica. E é o que veremos com detalhes agora ao explorar o que é governança e como ela se aplica na gestão da tecnologia da informação.
Funções e Componentes da Governança de TI
A função central da Governança de TI está centrada nas estratégias de desenvolvimento de recursos, mecanismos e estruturas para a área de Tecnologia da Informação, atuando em sinergia com a gestão para que a empresa alcance as metas que se propôs e siga em frente com a transformação digital. A partir dessa atribuição se ramificam as demais missões que essa área deve cumprir. Vejamos algumas delas:
- Alinhamento estratégico: deve promover a sinergia entre a Tecnologia da Informação (uso de dados armazenados e métodos estatísticos, entre outros) e o andamento dos negócios, dentro do marco das boas práticas;
- Medição de desempenho: as informações que circulam pelas plataformas e ferramentas tecnológicas gerenciadas pelo departamento de TI devem fornecer métricas que colaborem com o processo de tomada de decisões e de implementação de novos métodos que atraiam clientes e investidores e estimulem o crescimento;
- Entrega de valor: os investimentos feitos em tecnologia devem ser aproveitados ao máximo, garantindo a alta performance da empresa e a manutenção de sua credibilidade no mercado, além de zelar pela proteção de todos dados disponíveis;
- Gerenciamento de riscos: por meio do acesso a todas as informações, métricas e estatísticas oferecidas pelo setor de TI, os gestores podem ter uma visão mais abrangente e estratégica, evitando erros e riscos que colocariam esforços a perder.
- Gerenciamento de recursos: justamente a partir dos recursos digitais e de todos os dados, a Governança de TI pode cooperar ativamente na gestão orçamentária e na distribuição de valores, tornando-se um ponto de apoio de muita importância para o departamento financeiro.
Fonte: “Percentual de impacto positivo e muito positivo nos objetivos de governança por meio da iniciativa ‘Planejamento Estratégico de TI’ aplicada em 18 órgãos dos três poderes da União”. Trabalho realizado por Melo e Santos Jr. (2018). Disponível em: https://portal.tcu.gov.br
Com isso, podemos observar que a Governança de TI vai muito além de “cuidar” da parte tecnológica, mas se encarrega também da simplificação de processos, do planejamento estratégico e até do equilíbrio do setor de finanças da companhia, entre muitos outros aspectos.
Mas e como ter uma Governança de TI “de respeito”? Em primeiro lugar, vamos ver que esse processo, como a implementação de um Sistema Integrado de Gestão, por exemplo, requer algum tempo, pois o objetivo final é atingir uma transformação digital completa e de acordo com as exigências do mercado dos dias de hoje. Agora vamos dar uma olhada no modo como uma empresa pode e deve ter uma Governança de TI que vá além da gestão de dados e ferramentas digitais.
Estratégias e práticas para maximizar o valor e a inovação
Para alcançar uma governança de TI realmente eficaz, é essencial que as empresas adotem uma abordagem completa e integrada. Isso não se limita apenas à implementação de processos e controles sólidos, mas também à formação de uma cultura que valorize a inovação constante e a adaptação às mudanças tecnológicas. A governança de TI deve ser vista como um impulsionador da transformação e evolução digital das empresas, alinhando-se com os objetivos estratégicos e promovendo uma comunicação clara e contínua entre as equipes de TI e as demais áreas da organização.
Além de se concentrar na tecnologia, a governança de TI demanda uma colaboração próxima entre os líderes de TI e outros setores, a fim de garantir que as iniciativas estejam alinhadas com as necessidades da empresa. É fundamental a formação e capacitação das equipes, a definição clara de responsabilidades e a promoção de uma cultura que valorize a gestão eficaz da tecnologia da informação.
Portanto, uma governança de TI bem-sucedida é aquela que não apenas gerencia, mas que impulsiona o crescimento e a inovação na empresa. A formação de uma equipe qualificada e a adoção de melhores práticas e ferramentas são essenciais para otimizar o uso dos recursos tecnológicos e garantir que todos os aspectos da tecnologia estejam alinhados com as metas e necessidades estratégicas da organização.
Como implementar uma Governança de TI de qualidade?
Tudo começa com o compliance, isto é, manter a mentalidade sobre a qual se construiu uma empresa e sua conformidade com clientes e colaboradores, com as leis de mercado e as dos países com os que se tem trocas comerciais. Assim, especialistas em governança de serviços de TI destacam a necessidade de garantir que os processos estabelecidos pelas empresas sejam seguidos da forma que o cliente define.
Partindo desse ponto, segue-se o diagnóstico da interação entre as partes que formam as governanças e a avaliação de como os recursos estão favorecendo esse intercâmbio para a aplicação acertada das estratégias empresariais. Essa é uma questão muito relevante. Funciona da seguinte forma: faz-se um detalhado diagnóstico, voltado bem especificamente para o cliente, de modo que as equipes consigam desenvolver avaliações periódicas e realizar o acompanhamento de cadências, por exemplo. Da mesma maneira, é necessário verificar se a qualidade do serviço ou produto oferecido está aderente em relação àquilo que o cliente tinha em mente na hora da contratação.
Vale destacar também outro fato relevante que se observa em cases da Meta. Frequentemente, o cliente possui os seus SLA (Service Level Agreement ou Acordo de Nível de Serviço, em tradução livre) para os quais devemos apresentar resultados. Deste modo, é preciso compreender e avaliar até que ponto o serviço é aplicável às métricas pretendidas pelo cliente.
Em outras palavras, esse fato demonstra a necessidade de entregar a uma instituição especializada e responsável a avaliação plena das possibilidades de introdução de certas ferramentas. Além disso, também evidencia a importância do redirecionamento para conseguir uma mentalidade ágil em todas as esferas, garantindo que tudo ocorra no tempo certo e segundo o panorama em que se encontra a companhia.
Para entender o que é governança e como isso se aplica, é essencial perceber que vai além da simples conformidade. Ela envolve práticas e políticas para gerenciar de forma eficiente e estratégica os serviços de TI, alinhando-os com os objetivos da empresa. O objetivo da governança de TI é assegurar que a tecnologia suporte e amplifique os objetivos de negócio, garantindo segurança, eficiência e inovação.
Por fim, a governança de TI deve estar alinhada com a governança corporativa, formando uma estrutura coesa que garante o uso eficaz e seguro da tecnologia para atingir os objetivos corporativos.
O diagnóstico de TI e a transformação digital
O diagnóstico de TI, que é muito necessário nas empresas, coloca em risco também os níveis de maturidade da companhia, ou seja, se continua afastada da atual realidade do Business Agility ou não. Esse “teste” observa o modo como a companhia usa o seu setor de TI e das pessoas que o conduzem. Em suma, deseja identificar o quanto a governança de TI está participando dos eventos e processos que poderia abranger.
Através desse “exame”, encontramos alguns níveis distintos de TI, segundo cada empresa e etapa em que se encontra:
- “pré-histórico”, tecnicamente conhecido como “reativo” ou “artesanal”, em que as Governanças ainda não estão em harmonia e não há organização das estratégias ou prioridades (nível 1);
- eficiente, no qual já há alguns processos em diálogo com gestores e colaboradores, mas ainda há fragilidades como a limitação na hora de atuar ativamente em setores como o financeiro (nível 2);
- eficaz, em que já opera com muito mais vigor em áreas como planejamento e gerenciamento de recursos (nível 3);
- estratégico, quando já auxilia a empresa em seu processo de transformação digital e a diferencia das concorrentes no mercado, deixando sua marca e potencial bem explícitos (nível 4).
A partir desses dados, é possível realizar as mudanças necessárias para alcançar a maturidade digital de nível máximo e dessa maneira destacar-se dentro e fora do ambiente corporativo. Mas tudo deve partir de um estudo aprofundado, cauteloso e eficiente, pois não é viável levar uma empresa do nível 1 ao nível 4 em apenas um mês. A introdução de novos conceitos e instrumentos ocorre progressivamente e de forma constante, sempre acompanhada pela empresa encarregada de “escoltar” cada um dos setores e, principalmente, das pessoas que estão no centro de todo esse contexto.
Imaginamos que deve surgir uma dúvida em meio a isso tudo: se a introdução de uma Governança de TI de qualidade ocorre dentro de um certo prazo, há uma urgência tão grande assim? Em outras palavras, se meu setor TI já é eficaz, por exemplo, por que precisaria colocá-lo no nível 4 com tanta pressa? Vamos responder a essa pergunta a seguir.
Por que implementar com agilidade uma Governança de TI?
Além de tudo o que já foi mencionado aqui, mais do que contribuir para os processos de ponta a ponta (ou, em inglês, end-to-end), a governança de TI viabiliza um compartilhamento de conhecimento (interno e entre empresas e parceiros tecnológicos) que, de fato, inicia uma evolução institucional visível.
E à medida que as várias competências são aplicadas às operações e aos processos, chega-se à transformação digital desejada, que não consiste numa introdução aleatória de ferramentas, como se poderia pensar erroneamente. Trata-se de uma transformação cultural e organizacional que permite que a empresa esteja muitos passos à frente, evitando falhas, trabalhos dobrados, aplicação de estratégias equivocadas, entre outros problemas que costumam surgir em ambientes ainda frágeis do ponto de vista tecnológico.
Especialistas em gestão da informação e empresas especializadas na implementação e orientação às governanças de TI concordam haver várias formas de alavancar o desempenho dos diversos setores corporativos. Daremos alguns exemplos aqui:
- Cultura DevSecOps: automatização dos processos de segurança e engajamento de todos os atores, reduzindo riscos e protegendo dados, sem comprometer cronogramas e planos;
- Estratégia Digital Corporativa: construção de um ambiente 4.0, isto é, investimento em tempo, pessoas e recursos, colocando-os no centro dessa revolução digital. O resultado? Sair do clichê e agir rapidamente para resolver imprevistos ou problemas, ganhando mais ainda a confiança de clientes e investidores e fidelizando-os. O ápice é tornar esses parceiros seus próprios meios de propaganda e difusão, ajudando a consolidar a empresa como um expoente e uma referência por meio de resultados de clientes.
- O LACE (Lean-Agile Center of Excellence) da Meta: implantação da Gestão de Mudança e de Centros de Excelência para processos corporativos garantindo o escalabilidade nos níveis da maturidade digital e a consolidação definitiva da Business Agility em todos os departamentos e na própria forma de pensar de quem está comandando tudo isso: as pessoas.
Implementar com agilidade uma governança de TI é crucial não apenas para otimizar processos e melhorar a eficiência, mas para criar um ambiente corporativo mais resiliente e adaptável às mudanças rápidas do mercado. Ao integrar a governança de TI de maneira ágil, as empresas podem responder mais prontamente a novos desafios e oportunidades, promovendo uma cultura de inovação contínua e melhoria constante.
Essa abordagem ágil não só acelera a transformação e evolução digital das empresas, mas facilita a adaptação a novas tecnologias e tendências, permitindo que as companhias mantenham uma vantagem competitiva. Além disso, ao adotar práticas ágeis, a governança de TI torna-se um motor para a colaboração interdepartamental e o alinhamento estratégico, garantindo que todos os setores da organização estejam integrados para atingir os objetivos empresariais.
Confira neste vídeo como a parceria com a Meta está fortalecendo a governança de TIC e impulsionando soluções digitais inovadoras, como a digitalização da carteira de identidade nacional.
Sobre “revolucionar” uma Governança de TI
Em conclusão, podemos afirmar que as boas práticas de governança de TI sugerem que cada liderança e colaborador podem e devem ter acesso às melhores ferramentas tecnológicas para desempenharem o seu trabalho de maneira ágil e eficiente.
No entanto, precisam contar com o apoio de profissionais que conhecem as mais inovadoras tecnologias e sabem como e quando as utilizar,, Como dissemos aqui, é impossível fazer uma revolução sem um conhecimento aprofundado e um apoio competente em um curto espaço de tempo. Se é verdade que as tecnologias como inteligência artificial, Business Agility e estratégias digitais corporativas, entre outras, mostram o quanto podem ser incríveis para qualquer instituição, não dá para negar que tais facilidades precisam ser aplicadas nas fórmulas certas para que a “magia” aconteça.
O trabalho da empresa, junto a especialistas na área, resulta em ações que contribuem para gerar ambientes de trabalho mais colaborativos, integrados e de alta performance, em uma mentalidade ágil e à frente do seu tempo e do mercado, preparando as empresas para o futuro dos negócios.
Como se não fosse o bastante, transformar digitalmente as governanças de uma empresa desencadeia uma série de novos processos. Esses processos serão totalmente capazes de efetuar operações complexas e, por sua vez, poderão agregar valor à companhia em termos de produtividade e organização das atividades empresariais. Especialmente, essa transformação traduz-se em vanguarda no ambiente 4.0.
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